Segundo José Maria Carvalho Ferreira, contrariamente à concepção de Éliséé Reclus que considerava a “anarquia como a mais expressão da ordem, sem coação e sem dominação”, a “anarquia é um caos auto-organizado sem deuses e sem amos. É e só poderá ser uma probabilidade não linear no espaço-tempo do universo”.
Esta concepção levada ao limite considera que o espaço-tempo comportamental de cada ser humano só atinge o máximo de liberdade, criatividade, amizade e amor se for realizado, na sua totalidade, através da sua especificidade autonômica e organizacional, prescindindo para o efeito de qualquer estrutura ou instituição religiosa, capitalista ou estatal. Neste sentido, a anarquia só poderá emergir a partir de uma pluralidade de auto-governos inscritos em comportamentos individuais contrastantes de mentes, psiques e corpos.”
José Maria Carvalho Ferreira possui graduação em Economia Política – Universite de Paris VIII (1974), graduação em Economia – Inst. Sup. de Ciências do Trabalho e da Empresa (1979), mestrado em Systèmes et Structures – Université de Paris X, Nanterre (1982) e doutorado em Sciences Economiques – Université de Paris X, Nanterre (1984). É professor titular do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa. Além das atividades acadêmicas, é um destacado militante do pensamento libertário internacional com presença marcante em Portugal e no Brasil.