somaterapia / soma / terapia corporal anarquista / roberto freire / joão da mata-

Conversações Libertárias

CONVERSAÇÕES LIBERTÁRIAS – Rio de Janeiro e São Paulo

A Soma, enquanto um processo terapêutico libertário, investe na análise e no debate sobre temas atuais e suas implicações nos diversos campos das sociabilidades. Para melhor compreender nosso funcionamento emocional, acreditamos ser fundamental o entendimento das práticas de poder na atualidade, assim como das linhas de fuga como caminhos possíveis na elaboração de vidas livres.

Neste sentido, estamos promovendo estas “Conversações Libertárias” com o propósito de debater questões que nos afetam, sob a analítica anarquista. Para estes encontros, convidamos cúmplices que, na elaboração cotidiana de suas vidas, nos ajudam a pensar sobre nosso comportamento, e nossas interações sociais e políticas.

Uma experiência nova para a SOMA que já tem nos trazidos importantes contribuições para o desenvolvimento e ampliação de nosso trabalho.

Os encontros são abertos e gratuitos. Sejam bem vindos!

 

PRÓXIMA CONVERSAÇÃO LIBERTÁRIA – 07 de Agosto de 2015 – sexta as 20h

“LGBTs, Identidade de Gêneros e suas capturas – novas institucionalizações na sociedade de controle” com Lúcia Soares

Espaço da SOMA – SP: Rua Cardoso de Almeida, 54 – 1 andar – Perdizes – São Paulo

Sobre a Conversação:

A institucionalização do movimento LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos últimos anos levaram este movimento a estabelecer um vínculo com o Estado. Após inúmeras reivindicações e lutas, o movimento LGBT – também chamado de “população LGBT” – foi convocado a participar no esquadrinhamento dos seus problemas específicos, para que o Estado pudesse implementar e gestar as políticas de identidade. Revestidos na sigla LGBT, as resistências e singularidades do próprio movimento gay que se refletiu na sociedade encontra-se reconfigurado em reivindicações de cidadanias, direitos e punições. Nossa conversa pretende estabelecer uma analítica libertária das possíveis capturas e esvaziamentos dos movimentos de resistência e luta na sociedade de controle.

Sobre nossa convidada:
Lúcia Soares –
Socióloga e professora universitária.
Pesquisadora do Nu-Sol – Núcleo de Sociabilidade Libertária da PUC-SP desde 1997.
Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-SP, quando conclui a pesquisa de iniciação científica “Igualdade e Liberdade em Bakunin” sob a orientação do Prof. Dr. Edson Passetti.
No mestrado pesquisou e apresentou a dissertação “Mulheres e Punição: Uma História das Delegacias de Defesa da Mulher”.
No doutorado pesquisou e apresentou a tese “Política e Modulações do Entretenimento Televisivo: mulheres e denúncias”.
Atualmente é pesquisadora assistente no Projeto Temático FAPESP Ecopolítica: governamentalidade planetária, novas institucionalizações e resistências na sociedade de controle, no Fluxo Penalização a Céu Aberto.

Entrada Livre.

 

Encontros passados:

práticas autonomistas e modos de existência, os novos movimentos anarcopunks e suas contracondutas

RESUMO:

… nossa intervenção procurará articular e pensar de modo problemático e aberto as possíveis relações entre o que aqui denominamos de “práticas (e ações) estético-políticas autonomistas” e modos de existência em nossa atualidade. Partiremos de uma hipótese de vértice e orientação sócio-política: podemos chamar esses movimentos que vieram no bojo das manifestações Pós junho-2013 no Brasil, especialmente na cidade do Rio de Janeiro, de new wave punk? E mais, essa suposta efervescência punk, se porventurra aceitarmos essa hipótese como suficiente, teria uma conotação marcadamente anarcopunk? Essa hipótese implica em seu bojo duas inflexões: 1ª. trata-se de um movimento anarcopunk que reivindica para si  uma total relação entre pensar/agir, relacionando arte & vida, modos de existência e o que é chamado pela tradição punk de “do it yourself/faça você mesmo”; 2ª. trata-se de destacar que este momento anarcopunk é antes de tudo guiado por questões de gênero – pós-feminismo e transgeneridade, crítica ao patriarcado, a heteronormatividade e à monogamia compulsória. Por fim, associamos essas práticas autonomistas desses grupelhos (à moda de Félix Guattari) a procedimentos de contracondutas e formas de resistências as microfascismos da sociedade brasileira contemporânea.

Jorge Vasconcellos é professor de teorias da arte na Universidade Federal Fluminense/UFF.

Dia 11 de Maio, Segunda-feira, às 20:30h – Rua Maria Eugenia, 215 – sl. 201 – Humaita

 

 

A ÚLTIMA CONVERSAÇÃO NO RIO DE JANEIRO:

“Memória, Psicologia e Práticas de Liberdade” com Cecília Coimbra

14 de maio (quarta) – 20:15h

Rua Maria Eugênia, 215 – sl. 201 – Humaitá – entrada livre


Cecília Coimbra se formou em História, em 1966, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua segunda graduação foi em Psicologia pela Universidade Gama Filho, em 1974. Fez mestrado em Psicologia da Educação pela Fundação Getúlio Vargas (1980), doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano na Universidade de São Paulo (1992) e pós-doutorado em Ciência Política na Universidade de São Paulo (1999).

Em sua pesquisa de doutorado, tratou de um tema que a interessava muito: as práticas da Psicologia aliadas à ditadura. O trabalho, concluído em 1992 pela USP, chama-se “Guardiães da Ordem”, uma viagem pelas práticas psi no Brasil do milagre.

Segundo Cecília, Félix Guatarri dizia que, hoje, uma das coisas mais Importantes no sentido de dominar o outro, povos, populações – mais importante do que fazer uma guerra – é produzir subjetividades, produzir modos de viver e existir. Para dominar o outro é preciso controlá-lo. É Gilles Deleuze fala: nós vivemos na sociedade do controle, tudo é super controlado. Então, Guatarri vai dizer o seguinte: hoje, na sociedade contemporânea, talvez um dos dispositivos mais importantes de se produzir modos de viver, subjetividades, sejam os meios de comunicação de massa. Eles produzem modos de viver, de estar, de sentir, modos de existir no mundo. Os meios de comunicação de massa emergem, no capitalismo, como um braço defensor das subjetividades capitalísticas. Obviamente, não há nada de democrático nisso.

Alguns arigos da Cecília Coimbra:

http://www.slab.uff.br/index.php/producao/8-textos/42-textoscecilia

 

Conversações já realizadas:

São Paulo, 25 de abril de 2014


“A ditadura no presente e as lutas anarquistas”

com Acácio Augusto, pesquisador no Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária. Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e professor no Curso de RI da Fac. Santa Marcelina. Autor de “Política e polícia: cuidados, controles e penalizações de jovens” e co-autor, com Edson Passetti, de “Anarquismos e educação”.

Sobre a fala:
Nesse início de século XXI a palavra anarquia e diversas práticas relacionadas a ela passaram a circular entre protestos, manifestações de rua e nos chamados novos movimentos. No Brasil, essa presença se tornou explícita com as ações de adeptos da tática black bloc, desde as jornadas de junho de 2013. A reação repressiva a esse movimento explicitou uma série de práticas ditatoriais no interior da democracia formal. Essa conversa visa apresentar alguns pontos dessa presença anarquista nos novos movimentos, ressaltando diferenças, atualizações e afastamentos pelo crivo da revolta como atitude antipolítica na produção de uma cultura libertária. Simultaneamente, retomar as reações da chamada opinião pública e da polícia contra as manifestações, em especial à tática black bloc, como marca da presença da ditadura hoje.

Sugestão de leitura (on line):
Nu-Sol. “em movimento”. Hypomnemata 157. junho de 2013. In http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.nu-sol.org%2Fhypomnemata%2Fboletim.php%3Fidhypom%3D188&h=tAQHrZSXT&enc=AZPX8NtQh1x9Cft4Gl_PW79NM7r17vq-Ho_EFol5uQ1En7jUW4RCqWv_qCBmWjxC3-CwecKHNVIKLncb0hSjbXMC9Lq7VZkVbf0V4h-7P9eKTmQFsaFBDCloGmM8f4iHCdjfieapeIx9DojQa2A_npJB&s=1

Edson Passetti. “jornadas de junho: o insuportável”. Sessão paisagens da Revista Ecopolítica. Nu-Sol/PUC-SP/FAPESP. maio-agosto de 2013, vol. 6. in http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.pucsp.br%2Fecopolitica%2Fgaleria%2Fgaleria_ed6.html&h=UAQFpoiwF&enc=AZMTGD97Nlyrzr9z6uTuKjtgz67xnURbGgi6A9VzTqTZLMvCQo9tB2yt7Wuj1kxBruT8Aim9jtYPGta9TZ7UGN0zt1HS5ghazH0eztZ1gHRpdwQfmxRM9x1q3uQf6T-5L22setgBISU4lZtpUVaevQI2&s=1

_____________. “as liberdades e o projeto de lei do terrorismo”. Texto para o jornal Zero Hora de Porto Alegre, publicado em 22.02.2014. In http://www.nu-sol.org/agora/agendanota.php?idAgenda=565

Gustavo Simões e Flávia Luchessi. “escrachos e pussy riot” Sessão paisagens da Revista Ecopolítica. Nu-Sol/PUC-SP/FAPESP. janeiro-abril de 2013, vol. 5. in http://www.pucsp.br/ecopolitica/galeria/galeria_ed5.html

Acácio Augusto. Vídeo com comunicação na mesa “O levante da Multidão: quem são os 20 centavos”, organizada pelo CACS/PUC-SP, in http://www.youtube.com/watch?v=FU6zyorYk-w

 

“A Repressão Sexual na contemperaneidade – um debate a partir de Wilhelm Reich”

09 de dezembro – Rio de Janeiro

Cartaz do evento:

Sobre o tema:

O tema da repressão sexual certamente será mais vívido nas pessoas que vivenciaram os movimentos da contra-cultura, onde eram amplas as prescrições das normas morais e os movimentos de contraposição a elas. No entanto, parece que tal discurso moral sofreu uma forte alteração nos dias presentes. Aparecem corpos expostos nas revistas e há uma forte influência da mídia em promover programas que apostam na divulgação exacerbada da sexualidade. Seria possível então falar atualmente sobre repressão sexual? O objetivo da palestra é elucidar os pressupostos de Wilhelm Reich sobre o que seja a repressão sexual e abrir uma discussão sobre sua presença nos dias atuais.

Debate com:

Vicente Carnero, Psicólogo Clínico, Administrador de Empresas e Mestre em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Formado em Vegetoterapia Carátero-Analítica pela EFEN.

Alice Paiva, Psicóloga Clínica e Mestre em Psicologia pela Faculdade Federal Fluminense (UFF). Formada em Vegetoterapia Carátero-Analítica pela EFEN. Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Fotos do debate:

 

“POLÍTICA, RELIGIÃO E ANARQUIA” com Gustavo Ramus

25 de novembro de 2013 – São Paulo

Cartaz do evento:

Sobre o tema:

Toda religião implica produção de discursos de verdade e articula modos de subjetividades que determinam a constituição do sujeito. Os discursos religiosos produzem códigos de moralidade e resultam em formas de conduta. Portanto, é impossível tratar de religião fora de uma perspectiva política. No interior do cristianismo emergiu o que Michel Foucault denominou de poder pastoral, uma técnica política individualizante e totalizante: um dispositivo de governamentalidade. Contudo, o escritor russo Liev Tolstoi interpretou o cristianismo de forma libertária aproximando-o a um estilo de vida anarquista. Essa prática cristã desenvolvida por Tolstoi sugere uma negação ao Estado a partir de uma resistência pacífica, o ponto de partida do que se denominou anarquismo cristão.

Gustavo Ramus é mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP com a dissertação “Anarquismos, cristianismo e literatura social (1890-1938)” sob orientação de Edson Passetti.

Fotos do evento:

OUTROS ENCONTROS:

“Política e Agonismo: a vida como incessante combate” – contou com a presença de Thiago Rodrigues – Professor no Departamento de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais da UFF e Pesquisador no Núcleo de Sociabilidade Libertária (Nu-Sol) da PUC-SP.

Cartaz do evento:


Sobre o tema:

“Em um dos seus últimos escritos, intitulado “O sujeito e o poder”, de 1984, Michel Foucault (1926-1984) afirmou que nunca pretendeu produzir uma teoria do poder, mas sim compreender como que cada corpo, cada singularidade somática, era constituída como um sujeito. Para tanto, o filósofo sentiu a urgência em deslocar-se das teorias clássicas do poder, alicerçadas sobre um modelo que tomava o poder como força repressiva exercida sobre todos a partir de um centro. Isso porque, desde seus estudos sobre o poder psiquiátrico, Foucault notara que as relações de poder se davam em múltiplas e simultâneas dimensões, provocando resistências e sujeições, induzindo comportamentos, conduzindo condutas, fazendo falar e não apenas calar.

As relações de poder se aproximariam, então, muito mais de relações de combate, do que meras dominações articuladas a partir de autoridades constituídas e instituições. Por isso, a perspectiva do combate seria, para Foucault, uma hipótese de análise mais interessante para estudar as relações de poder. Essa noção de poder aproximava-se do conceito grego de agon, enfrentamento constante não necessariamente violento, mas que pautaria todas as relações humanas. Assim, tomando as relações de poder como uma guerra infindável, uma sucessão incontornável e cotidiana de situações estratégicas, Foucault retomou uma tradição acerca das relações de poder, da definição de política e da vida social que remontava aos pré-socráticos como Heráclito de Éfeso (535 a.C. – 475 a.C.) e que fora soterrada por dois milênios de platonismo até ser reativada por homens como Friedrich Nietzsche (1844-1900). Antes dele, porém, o anarquista Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) formulou uma original análise das relações de poder, da guerra e da paz, em escritos como La guerre et la paix (1861) e Do Princípio Federativo (1863), que se voltavam ao princípio da vida como combate causando polêmica e rechaço entre a maioria dos anarquistas, socialistas e conservadores de seu tempo.

A perspectiva agonística do poder será apresentada a partir de uma leitura de Foucault e Proudhon, passando por Nietzsche, que compreende a política não apenas como o que acontece na esfera institucional (partidos, parlamentos, eleições), mas como o ambiente no qual vivemos, vencemos, cedemos, resistimos. Tal perspectiva pode ser acionada como método para uma analítica do presente interessada em ativar a coragem de luta de uma ética voltada às invenções de si que se dão em meio as intermináveis lutas que geram sujeições e liberações.”

Imagens do encontro:


Em 15 de julho de 2013:

Contou com a presença de Jorge Vasconcellos, Dr. em Filosofia e Professor da Universidade Federal Fluminense para debater as recentes manifestações sob a perspectiva libertária, refutando as análises político-partidárias e buscando modos de vida e resistência no presente.
Neste encontro, procuramos pensar a anarquia como veículo possível para um ativismo potente e hoterotópico, distante de qualquer idealismo futuro.

 

Outras CONVERSÇÕES LIBERTÁRIAS no Rio de Janeiro e em São Paulo

Nestes encontros, buscamos promover conversações/debates com pensadores ligados a temas correlatos à Soma como o anarquismo, a obra de Wilhelm Reich, a vida e obra de Roberto Freire, à estética da existência entre outros. A proposta é reunirmos pessoas em torno do projeto e visão crítica destas e outras questões. Aqui pelo site da Soma, você poderá acompanhar a programação dos encontros.

Material de divulagação dos eventos em SP e RJ:


Conversação em São Paulo com Gustavo Simões (pesquisador do Nu-Sol):

Conversação no Rio de Janeiro com Gustavo Simões (pesquisador do Nu-Sol):

Conversação no Rio de Janeiro com Mário Rui Pinto (anarquista português):

Sobre os debatedores:

Gustavo Simões: Mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, onde concluiu e defendeu em 2011, a dissertação de mestrado Roberto Freire: Tesão e Anarquia. A análise da existência de Roberto Freire foi um deslocamento de sua pesquisa de Iniciação Científica O Inimigo do Rei: problematizações sobre o jornal O Inimigo do Rei e experimentações libertárias, realizado durante o curso de graduação em Ciências Sociais da PUC-SP entre 2006 e 2007 . Produziu e realizou as três séries de antiprogramas de televisão ágora, agora em parceria com Acácio Augusto e Edson Passetti (veiculadas pela TV PUC no Canal Universitário em 2007 e 2008). Participou da pesquisa e captação de imagens para carmen junqueira-kamaiurá – a antropologia menor. Inventou com Edson Passetti o vídeo bigode (2008).

Mário Rui Pinto: Activo nas lutas estudantis durante o fascismo; Activo no movimento anarquista desde 1974; Fez parte dos colectivos editoriais do jornal A Batalha (até 1987) e da revista Utopia (1995 – 2012); Fez parte do grupo de Lisboa da Somaterapia; Membro da Biblioteca Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada.

 

 

 

 

 

Newsletter da Soma

assinar reset

Soma no Rio de Janeiro

Rua Maria Eugenia 215 /
Sala 201 /Humaita
+55 21 9 9871 3684 / +55 21 3268 4206
info@somaterapia.com.br

Soma em São Paulo

Rua Cardoso de Almeida 54 /
I° andar / Perdizes
+55 21 9 9871 3684 / +55 21 3268 4206
info@somaterapia.com.br

MANDAR UM EMAIL
Soma No Facebook